Como Milei quer impulsionar Argentina com US$ 270 bi guardados “embaixo do colchão”

O presidente da Argentina, Javier Milei, está prestes a lançar um novo pacote de reformas fiscais com o objetivo de trazer de volta à economia formal cerca de US$ 270 bilhões que hoje estão guardados “sob os colchões” — expressão usada para descrever a montanha de dólares mantida fora do sistema financeiro por argentinos desconfiados da moeda local, dos bancos e dos governos. As informações são do Financial Times.

“Quem escondeu dinheiro não é criminoso, é herói que conseguiu escapar dos filhos da p*** dos políticos que queriam te ferrar com a inflação”, declarou Milei na semana passada, durante uma conferência empresarial. “Estamos relaxando as regras para que ninguém seja perseguido por usar os dólares que tem guardados.”

Segundo reportagem do FT, a medida pretende flexibilizar os rígidos controles sobre evasão fiscal e capitais impostos ao longo das últimas décadas, que empurraram muitos argentinos para o mercado negro de câmbio. Desde 2011, o país impõe restrições severas à compra de dólares, o que incentivou a proliferação do chamado “dólar blue”, cotado fora do sistema legal. Com inflação chegando a 289% no ano passado, guardar dólares em casa se tornou uma prática de sobrevivência para milhões.

Quase metade da força de trabalho argentina atua na informalidade, e mesmo empregados formais frequentemente recebem parte dos salários “por fora”. Grandes compras, como automóveis e imóveis, são comumente feitas em dinheiro vivo, muitas vezes com valores declarados bem abaixo dos pagos.

A estratégia de Milei busca, agora, legalizar parte desses recursos sem abrir brechas para lavagem de dinheiro.

A movimentação ocorre em um momento politicamente favorável, após seu partido, o La Libertad Avanza (LLA), conquistar as eleições legislativas de Buenos Aires no último domingo (18). O resultado representou uma derrota significativa para o PRO, legenda que controlava a capital desde 2007.

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Além do fortalecimento político, Milei também conta com o impulso fiscal do recente acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que reconheceu os esforços do governo para equilibrar as contas públicas e reforçar a credibilidade do país.

Ainda segundo o Financial Times, o presidente aposta na reabilitação desses recursos como alternativa para movimentar a economia nos próximos meses, diante das dificuldades de avançar com reformas estruturais antes das eleições legislativas de outubro. A legalização de dólares guardados informalmente permitiria aumentar o consumo sem recorrer a expansão de gastos públicos — algo que poderia comprometer o ajuste em curso.

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